Palácio Barcelinhos / Edifício dos antigos Armazéns do Chiado
Neste local ergueu-se a Casa do Espírito Santo da Pedreira, importante irmandade de mercadores ricos, fundada em 1279.
Neste local ergueu-se a Casa do Espírito Santo da Pedreira, importante irmandade de mercadores ricos, fundada em 1279. Em 1671, aqui se instalam os Padres Oratorianos da Congregação de S. Filipe Nery e passa a ser conhecido como Convento do Espírito Santo da Pedreira, com grande influência na vida da cidade. Reedificado após o Terramoto de 1755, com a extinção das Ordens Religiosas, em 1835, o edifício passa para a posse do Barão de Barcelinhos, negociante endinheirado, conhecido como “Manuel dos Contos”, que aqui instala a sua residência. Posteriormente, foi sede do Hotel Universal, onde se representou ópera e onde se hospedaram figuras notáveis, como o escritor Camilo Castelo Branco e Elisa Hensler (futura condessa de Edla e segunda mulher do rei Fernando de Saxe-Coburgo). Neste lugar, Eça de Queiroz situa algumas cenas do seu emblemático romance “A Capital”. No final do século XIX, acolhe os “Grandes Armazéns do Chiado” que rapidamente se afirmam no ramo da confeção e acessórios, perfumaria e ourivesaria, tornando-se num dos locais mais cosmopolitas de Lisboa. Na Revista “Ilustração Portugueza” (1 de Maio de 1905) anuncia-se assim a promoção desta casa:“ Primeiro estabelecimento, o mais vasto, mais arejado e com mais luz do país (…) com sortimento colossal e monstro em todas secções e de todas as fazendas”. O empreendedorismo dos proprietários, os irmãos Nunes dos Santos, traduz-se na abertura do Salão Chiado ou Animatógrafo dos Armazéns do Chiado, em 1907, com entrada pela Rua Nova do Almada e, ainda, na criação, em 1925, da primeira estação amadora de rádio, introduzindo em Portugal a telefonia sem fios. Em 1988, com o incêndio que atingiu parte dos edifícios do Chiado, o imóvel ficou completamente destruído. Integrado no programa de recuperação desta zona da cidade, com plano e projeto do arquiteto Siza Vieira, mantêm as caraterísticas da fachada restaurada e apresenta um interior adaptado a novas funções de comércio. Acolhe hoje várias lojas e marcas de relevo, assumindo-se como o “ponto de encontro” dos lisboetas e visitantes da cidade.
Rua do Carmo, 2