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Teatro Nacional de São Carlos apresenta programação de setembro e outubro

Neste primeiro período de programação assinada por Elisabete Matos, destaque para a ópera La Wally de Catalani, para um ciclo de três concertos do Coro do Teatro Nacional de São Carlos e para a presença de grandes solistas portugueses nos concertos da Orquestra Sinfónica Portuguesa.

A Orquestra Sinfónica Portuguesa e os solistas portugueses

É no dia 5 de setembro que o Teatro Nacional de São Carlos reabre portas para o primeiro concerto após a pausa de agosto. Trata-se de um programa que celebra o génio de Beethoven, neste ano do seu 250.º aniversário. A obra em destaque é o Triplo Concerto e os respetivos solistas são Pedro Meireles (violino), Marco Pereira (violoncelo) e António Rosado (piano), sob direção da maestrina titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa, Joana Carneiro.

A aposta nos solistas portugueses é defendida por Elisabete Matos como sendo “a mais coerente do ponto de vista artístico, na medida em que se trata de músicos especialistas nas obras que vão interpretar e que contam com carreiras sólidas e reconhecidas pelo público e pelos seus pares”.

Ainda em setembro, e também em São Carlos, destaque para o programa construído em torno das heroínas de várias óperas de Puccini. As Mulheres de Puccinié o concerto de dia 19 de setembro que evoca as inesquecíveis Mimì, Turandot, Cio-Cio San, Tosca e Manon Lescaut, entre outras, e que desvenda a relação especial que o compositor estabeleceu com todas estas mulheres imoladas pelo Destino. As solistas serão Elisabete Matos, que interpretou a maioria destes papéis nos principais palcos mundiais, Dora Rodrigues e Carla Caramujo. A direção mudical é de Domenico Longo.

O mês encerra (dia 27) com a primeira de duas apresentações no Centro Cultural de Belém (CCB), com destaque de programa para o Duplo Concerto de Brahms, que conta com Pedro Meireles (violino) e Irene Lima (violoncelo) como solistas e com Antonio Pirolli como diretor musical. Este regresso do maestro italiano marca a sua primeira regência na qualidade Maestro Convidado Principal da Orquestra Sinfónica Portuguesa.

Em outubro, destaque para dois programas interpretados pela Orquestra Sinfónica Portuguesa: no dia 25, no CCB, salienta-se o Concerto n.º 2 para flauta de Mozart (solista Anabela Malarranha, direção musical de Bruno Borralhinho); e, nos dias, 30 e 31 de outubro, em Almada, Des Knaben Wunderhorn de Mahler, com Ana Quintans e Julien Van Mellaerts como solistas, num programa novamente dirigido por Joana Carneiro. Este último programa (Almada) é o único de toda a programação que agora se anuncia que foi adiado devido à suspensão de atividade entre março e maio. A restante programação é inédita.

Nota, ainda, para o concerto dirigido por Pedro Neves (12 setembro), que trará a Portugal os solistas Hugues Borsarello (violino) e Gérard Caussé (viola), dois especialistas na obra de Mozart, que interpretarão a sua Sinfonia Concertante.

Sublinha-se, por último, que a programação reservada para a Orquestra Sinfónica Portuguesa engloba repertório sinfónico, camerístico e lírico, evidenciando uma vez mais a capacidade do agrupamento abraçar várias vocações.

O Coro do Teatro Nacional de São Carlos

Elisabete Matos realça a forte presença do Coro do Teatro Nacional de São Carlos nesta programação bimestral, referindo que os três concertos corais se tratam de “momentos importantes, que constituem a consolidação do regresso aos palcos pós-confinamento, que se iniciou no Millennium Festival ao Largo e culminará na ópera de outubro, onde se apresentará com uma formação de cerca de 50 elementos”.

ciclo de concertos corais inicia-se no dia 25 de setembro e prossegue na semana seguinte, a 2 de outubro e, em ambas as ocasiões, o Coro apresenta-se em formação camerística, no Salão Nobre. No primeiro dia, apenas os naipes femininos e, no segundo, os naipes masculinos, ambos sob direção do maestro João Paulo Santos.

No dia 23 de outubro, na sala principal do TNSC, o Coro surge com um efetivo de cerca de 35 cantores e interpreta um programa que deambula entre as monumentais obras corais sinfónicas, as óperas com grandes efetivos e as rendilhadas produções de câmara. É acompanhado ao piano por Joana David e Nuno Margarido Lopes.

La Wally, de Alfredo Catalani

Nos dias 14, 16 e 18 de outubro, a ópera regressa ao palco de São Carlos. La Wally, drama musical em quatro atos, do compositor verista Alfredo Catalani, é apresentada em versão de concerto, devido à impossibilidade de utilização do fosso de orquestra que se mantém.

Estreada no La Scalade Milão em 1892, aópera subiu pela primeira vez à cena em São Carlosno ano de 1910 e, depois dessa data, só voltaria a ser cantada no nosso Teatro em abril de 1956, protagonizada por Maria Caniglia. Regressa agora, passados 64 anos, sob a direção de Antonio Pirolli, que dirige o elenco de solistas, o Coro do TNSC e a Orquestra Sinfónica Portuguesa.

De entre os cantores solistas, destaque para a soprano que interpreta o papel titular, a russa Zarina Abaeva que, com apenas 34 anos, já protagonizou as óperas La bohème, Suor Angelica, Madama Butterfly e Aida, entre outras. Acompanham-na o brasileiro Luiz-Ottavio Faria, o espanhol Luis Cansino, o azeri Azer Zada e os portugueses Patrícia QuintaJoana Seara e Nuno Dias.

Para Elisabete Matos, “apesar de não ser revisitada frequentemente a nível internacional, a ópera de Catalani é uma obra que merece ser conhecida pelo nosso público pelas qualidades musicais e, também, pela atualidade que a sua história mantém, como é habitual nos compositores veristas”.

Por último, refira-se que o regresso à atividade do Teatro Nacional de São Carlos acontece mais cedo porque se pretende devolver ao público algum do tempo em que a atividade esteve suspensa e, também, porque está prevista a realização de uma intervenção delicada e muito importante no palco do Teatro – a substituição do pano de ferro – que tem início previsto para o final de outubro e duração estimada de algumas semanas.

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