Assim, segundo as gerações mais antigas, as crianças cresceriam e viajariam pelo mundo, mas saberiam sempre regressar à terra onde nasceram. Esta é uma conversa encenada a três vozes, na procura de circularidades, histórias, movimentos e sonoridades que desenhem questões: e se habitar geografias não-humanas for a única solução face à extinção que se avizinha? Como fazê-lo sem desperdiçar a memória de rituais úteis para essa transmutação? Onde deixar pistas para uma eventual fuga em direção ao retorno?
RAQUEL LIMA é poeta, artista transdisciplinar e investigadora de Estudos Pós-Coloniais com particular interesse na oratura, na escravatura e nos movimentos afrodiaspóricos. Tem apresentado o seu trabalho artístico e académico em eventos e conferências internacionais como a Bienal de Veneza, o Congresso Mundo de Mulheres em Moçambique e a Bienal de São Paulo. Publicou o livro Ingenuidade Inocência Ignorância e cofundou a UNA – União Negra das Artes. Participou no projeto Essenciais do TBA em 2020.