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Literatura
Universidade de Lisboa

SÉCULO DE OURO: Da república floerentina ao pós-readymade (O Manual)

No dia 8 de Novembro, às 15h30, realiza-se o lançamento do livro “Século de Ouro: Da República Florentina ao Pós-readymade (O Manual)”, da autoria do Prof.  Carlos Vidal, o primeiro volume da Coleção Lições de Arte & Design, que tem a coordenação editorial do Prof. Sérgio Vicente.

Carlos Vidal é artista, crítico de arte e professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde leciona Unidades Curriculares de todos os níveis de ensino na área da Pintura. Como artista plástico tem estado presente em mostras decisivas como Imagens para os Anos 90 (Museu de Serralves, onde está representado), entre outras individuais e coletivas. Autor de mais de uma dezena de livros, capítulos de trabalhos coletivos e seminários (Brasil, República Popular da China, etc.). É investigador do CIAC e colaborador do CIEBA. Membro da Academia Nacional de Belas-Artes.

O evento conta com a presença do Vice-Presidente da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa Professor Doutor Sérgio Vicente, do Professor Doutor Vasco de Medeiros, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e do autor, Professor Doutor Carlos Vidal, da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

Este é o primeiro volume da Coleção Lições de Arte & Design, que tem a coordenação editorial do Prof. Sérgio Vicente.


Poderia começar por afirmar que este livro faz interagir duas Histórias, na medida em que evoluem ora em ligação, ora em suspeição, uma vez que uma dessas histórias se desenvolve ou desenrola em linha descendente: faço uma História do sentido da visão simultaneamente à História da pintura, uma vez que nesta ligação (que parece «natural») há um polo, o da pintura (e de todas as artes visuais, do teatro, da música, da sociedade, enfim…) que vai progredindo no sentido de superar o primado da visão, ou ocularcentrismo — na determinação da vida e do conhecimento: ocular, desde o Renascimento (ou modernidade). O tema é inicialmente cartesiano (de certo modo reforçado pelo Iluminismo), desvalorizado desde o século XIX (o romantismo e a sua arte, a música, são entidades noturnas), desvalorização consumada no século XX. O livro denomina-se Século de Ouro na medida em que são nessas épocas áureas («grandi stagione», como escreve Claudio Strinati) que melhor se sentem ou averiguam estas oscilações. Precisamente desde a idade de ouro florentina ao readymade, que marcará todo o século XX (e a atualidade). Os temas serão: Florença, Roma, idade de ouro holandesa, Siglo de Oro, Iluminismo, a ideia de «arte total» (que pode ser uma referência a Wagner, mas também a Ilya Kabakov), a fobia ocular de Sartre. No centro, a figura isolada de Caravagggio, com ou sem «caravaggismo». Este isolamento anuncia algo sem consequências, pois este livro pretende retirar o movimento das artes de toda e qualquer linearidade. Pois cada momento é um momento inédito.

Carlos Vidal

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