O que têm em comum a Assembleia da República, o Museu Nacional de Arte Antiga, a Cúria Patriarcal ou os Armazéns do Chiado? Todos já foram mosteiros ou conventos.
Lisboa é pontuada por edifícios que outrora foram casas de comunidades religiosas e que hoje cumprem propósitos bem diferentes. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, o Quo Vadis – Turismo do Patriarcado de Lisboa e o Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa desafiaram várias instituições a abrir as portas destes edifícios que, originalmente, foram conventos.
Em 4 dias, são 32 os antigos conventos que vão abrir as portas para receber quem os queira conhecer, participar numa das visitas guiadas, percorrer um dos vários itinerários ou apenas entrar para ver o seu interior.
Após o sucesso da primeira edição, realizada em 2019, que contou com a participação de mais de 3000 pessoas, e depois de suspenso devido à pandemia, o Open Conventos regressa em 2023.
Esta iniciativa, dirigida a toda a população, dedica-se à divulgação do património e da história dos conventos de Lisboa e conta com a colaboração de voluntários para acolher os visitantes e prestar informações sobre a memória de cada lugar.
A sessão de abertura decorre no dia 24 de maio, às18h00, na Sala de Extrações da Lotaria Nacional, instalada num dos antigos claustros da Casa Professa de São Roque, e, no dia 25 de maio, no Museu da Marioneta, antigo Convento das Bernardas, terá lugar, a partir das 15h00, a conversa “Conventos e habitação. A maioria das atividades terá lugar entre 26 e 27 de maio, com variadíssimos conventos de portas abertas e também visitas guiadas e percursos pedestres.
O programa, os itinerários e a informação histórica e cultural sobre cada convento estão disponíveis no site da Quo Vadis
A 30 de maio de 1834, foi decretada a extinção das ordens religiosas. Nessa hora, para as mais de 70 casas religiosas de Lisboa, começaram os dias de uma nova história. Mosteiros, conventos, hospícios e outras casas religiosas caracterizavam a paisagem urbana de Lisboa, pela sua relevância arquitetónica e artística, mas, acima de tudo, pela vida que comunicavam à cidade: entrega total, cuidado do outro, importância da comunidade, abnegação dos prazeres individuais em ordem a um ideal. Daí em diante, muitos e diversos foram os destinos destas casas, embrulhados nas dinâmicas de transformação urbana da Lisboa dos séculos XIX, XX e XXI. É esta história que, convento a convento, vamos dar a conhecer.