O filme parte de uma situação: um realizador e a sua produtora executiva encontram-se com uma cartomante para conseguirem ter mais informação para a narrativa do seu próximo filme. Mais tarde vêem-se numa situação delicada, onde as previsões que foram feitas pela cartomante estavam bastante certas em relação ao casting do filme.
(…) Ao exporem todas as costuras, ao revelarem os processos e ao inverterem as lógicas narrativas (pelo menos na sua aparência), Bruno Ferreira e Raquel da Silva (co-argumentista) transformam as incertezas de um embaraço num exercício lúdico sobre a tessitura do cinema. Para isso deixam-se conduzir pelas capacidades “holísticas” de uma cartomante que (d)escreve o filme à medida que ele se vai montando diante dos nossos/seus olhos. Restam as dúvidas e uma só certeza: o destino é uma arte cursiva que se deixa levar pela torrente da (re)escrita. Ricardo Vieira Lisboa
2024, 24 min.