O espetáculo faz parte de um ciclo sobre o quotidiano iniciado por Joaquim Horta, em 2016, com a peça Amorzinho, adaptação da correspondência entre um casal anónimo, Maria de Lourdes e Alfredo, de 1934 a 1943, e testemunho único e real da vida dos portugueses comuns nesses anos. A vontade de adaptar Memórias de Uma Falsificadora parte de uma frase escrita por Margarida Tengarrinha no seu livro: “Quando leio relatos de vários camaradas, que já foram publicados, constato que falam de factos políticos importantes, momentos altos e heróicos da luta, mas nunca abordam estas questões do quotidiano que nós, mulheres, vivemos pacientemente. Será que foi menos heróico aquele nosso dia-a-dia desgastante e obscuro?” É pensando num retrato do quotidiano no período entre 1948 a 1974 que o ator e encenador parte para este novo espetáculo, usando as palavras e ideias de Margarida Tengarrinha, que nasceu em Portimão em 1928 e estudou Belas Artes em Lisboa, onde conheceu aquele que haveria de ser o seu companheiro e pai das duas filhas, o pintor José Dias Coelho, membro destacado do Partido Comunista Português. Com ele, trocou uma vida confortável de filha da burguesia pela vida difícil da clandestinidade. A seguir ao 25 de Abril de 1974, foi deputada do PCP, eleita pelo Algarve. Em 2014, pelo seu percurso na área cultural e na defesa dos direitos das mulheres, tornou-se a primeira distinguida com o Prémio Maria Veleda.
Datas e Horários
13 a 24 abril
terça e quarta, sexta e sábado, 19h