A nova criação de Johanny Bert lança um olhar sensível e cheio de humor sobre a pluralidade das nossas práticas sexuais e amorosas, inspirando-se na peça A Ronda, de Arthur Schnitzler, censurada em 1897 pela sua abordagem às relações eróticas. Yann Verburgh reescreveu totalmente a obra, com base na estrutura original: histórias entrelaçadas de encontros íntimos.
As marionetas hiper-realistas são manipuladas à vista por uma equipa de jovens atores, que acabam por se tornar numa única entidade viva com as suas marionetas de látex. A diversidade dos corpos pretende refletir a pluralidade dos seres e das vidas, reunidos neste mosaico de histórias poderosas e comoventes. A encenação coral e cinematográfica permite passar de um encontro para o outro, revelando o que nos une nas nossas diferenças: o amor, muito simplesmente.
Após o sucesso de HEN, em que Johanny Bert arrebatou o público com a sua diva-marioneta furiosa e viril, num espetáculo ao estilo de um cabaré berlinense dos anos 30, fundido com a cena queer (e apresentado no FIMFA Lx22), não é de surpreender que se tenha agora inspirado na peça censurada de Arthur Schnitzler, e leve os amantes numa alegre e sensual ronda contemporânea. Johanny Bert continua a explorar as identidades sexuais numa série de encontros amorosos que deixam o campo aberto a todas as possibilidades: bissexualidade, poliamor, assexualidade, amor transgénero… Nesta valsa de amor, os casais fazem-se e desfazem-se entre as personagens desta La (Nouvelle) Ronde de diferentes idades, mulheres, homens ou não-binários.
Johanny Bert é ator, marionetista e encenador. Ao longo do seu percurso artístico desenvolveu uma linguagem teatral singular: o confronto entre o ator, o objeto e a forma marionetística. Cada criação é uma nova pesquisa, a partir de textos contemporâneos (encomendas, textos inéditos ou textos de repertório) ou de um universo plástico construído em equipa no palco. Gosta de trabalhar com intérpretes de diferentes disciplinas (atores, bailarinos, cantores, músicos, etc.). Certas dramaturgias orientam-no para um diálogo entre o humano e o inanimado, como nas artes da marioneta, mas não quer estar limitado a uma categoria: teatro para jovens, teatro visual, teatro de marionetas… e cria por intuição, com uma forma de liberdade insolente, guiada por um objetivo.
Fundou a companhia Théâtre de Romette em 2000, um espaço experimental de criação para atores e marionetas. Entre 2012 e 2015, dirigiu o Centre Dramatique National de Montluçon – Le Fracas e em 2016 retomou ao trabalho de criação. De 2016 a 2018, foi artista associado de Clermont-Ferrand.
Entre as suas produções mais recentes destacam-se La (Nouvelle) Ronde, estreado no Théâtre de la Ville, HEN (2019), apresentado no FIMFA Lx22, Le Petit Bain (2017) no Théâtre Nouvelle Génération – CDN de Lyon e Dévaste-Moi (2017) com Emmanuelle Laborit em coprodução com IVT – International Visual Theatre. Em outubro de 2019, encenou Les Sea Girls au pouvoir, um espetáculo musical feminista singular. Em 2020, criou Frissons para o Théâtre Sartrouville Yvelines CDN/Festival Odyssées en Yvelines, um novo texto de Magali Mougel, depois dirigiu La Princesse qui n’aimait pas… para a atriz Caroline Guyot (Barbarque Cie). Johanny Bert foi artista associado de Le Bateau Feu – Scène Nationale Dunquerque, entre 2018 e 2021. Em outubro de 2020, criou Une Épopée contemporânea para o público jovem. Recebeu uma encomenda da SACD e do Festival d’Avignon no programa Vive le Subject em 2020. Criou Le Process para adolescentes, com texto de Catherine Verlaguet. Em dezembro de 2023 dirigiu a sua primeira ópera na ONR Opéra National de Rhin, a convite de Alain Perroux, e encenou A Flauta Mágica. Em fevereiro estreou a primeira fase de Fucking Eternity – Oratorio débridé pour un Ange, e prepara a segunda fase deste projeto para outubro de 2024.
CONCEÇÃO E ENCENAÇÃO Johanny Bert TEXTO Encomenda feita a Yann Verburgh (exceção da cena 6 – entrevistas escritas pela equipa) DRAMATURGIA Olivia Burton COLABORAÇÃO NA ENCENAÇÃO Philippe Rodriguez Jorda INTERPRETAÇÃO Yasmine Berthoin, Yohann-Hicham Boutahar, Rose Chaussavoine, George Cizeron, Enzo Dorr, Elise Martin CRIAÇÃO MUSICAL E INTERPRETAÇÃO EM CENA Fanny Lasfargues CENOGRAFIA Amandine Livet, Aurélie Thomas Construção da Cenografia Atelier du Théâtre de laCité, Fabrice Coudert FIGURINOS Pétronille Salomé, assistida por Manon Gesbert, Adèle Giard e pelos estagiários Manon Damez, Pauline Fleuret, Valentine Lê du TNS, Alice Louveau MARIONETAS Laurent Huet, Johanny Bert, assistidos por Camille d’Alençon, Romain Duverne, Judith Dubois, Pierre Paul Jayne, Alexandra Leseur, Ivan Terpigorev, Benedicte Fey, Doriane Ayxandri, Franck Rarog e pelos estagiários Louise Bouley, Solène Hervé, Valentine Lê du TNS DESENHO DE LUZ Gilles Richard DESENHO DE SOM Tom Beauseigneur DIREÇÃO TÉCNICA Camille Davy DIREÇÃO DE CENA Pascal Bouvier FOTOGRAFIAS Christophe Raynaud de Lage ADMINISTRAÇÃO, PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Le Petit bureau, Virginie Hammel, Nora Fernezelyi PRODUÇÃO Théâtre de Romette COPRODUÇÃO Le Théâtre de la Croix Rousse, Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Charleville-Mézières, Le Bateau Feu – Scène Nationale de Dunkerque, Théâtre de la Ville – Paris, Malakoff Scène Nationale, Le Théâtre de la Cité – CDN Toulouse Occitanie, Le Sablier – Pôle des Arts de la Marionnette en Normandie, Le Sémaphore de Cébazat, Le Trident – Scène Nationale de Cherbourg-en-Cotentin. Espetáculo criado após uma residência no Théâtre de la Croix Rousse, em Outubro de 2022 APOIOS Espace Périphérique (Mairie de Paris – Parc de la Villette), do programa de inserção profissional de Ensatt, Institut Internationale de la Marionnette – no âmbito do projeto de apoio à inserção profissional da ESNAM, École de la Comédie de Saint-Etienne – DIESE # Auvergne-Rhône-Alpes. A companhia é convencionada pela DRAC Auvergne-Rhône-Alpes, Région Auvergne-Rhône-Alpes e a Ville de Clermont-Ferrand. O Théâtre de Romette é uma companhia em residência no Malakoff Scène Nationale. Johanny Bert é artista cúmplice do Théâtre de la Croix-Rousse – Lyon TÉCNICA Marionetas hiper-realistas, manipulação à vista