No interior do antigo oratório do Palácio dos Condes de Tomar, atualmente parte do edifício da Brotéria, expõem-se trabalhos de joalharia contemporânea (Brasil e Portugal), duas esculturas de naturezas muito diferentes que apontam para coincidências e intuições partilhadas entre as artistas, numa reflexão comum sobre o mistério e a condição humana.
Márcia Cirne
A artista cultiva e mantém sempre perto dos olhos e das mãos uma coleção interminável no seu estúdio. Coisas com algum tipo de significado que prendem o olhar, ativam a memória, ecoam em si de alguma forma. Artefatos de povos indígenas brasileiros, ferramentas que já foram úteis, pedaços desimportantes de algo, fragmentos a que já não se pode dar mais nenhum nome, objetos que os amigos lhe dão; são coisas que carregam muita informação. Convive com essa coleção sempre exposta em mesas no atelier e, num jogo em que uma coisa puxa outra, cria conexões entre partes, mistura sentidos e faz novos objetos para o corpo, joias.
Teresa Milheiro
Com formação artística que passa pela Escola Artística António Arroio, o IADE e o AR. CO, e uma carreira de mais de trinta anos de criação e produção artística, Teresa Milheiro torna ímpar a sua abordagem à joalharia enquanto arte contemporânea.
Cada peça de joalharia criada é ampliada, assumindo-se enquanto obra escultórica, na qual o valor intrínseco e extrínseco da variedade de matérias-primas e da mestria e inovação técnicas procede um trabalho prévio de pesquisa e investigação conceptuais. Adicionalmente, o domínio estrito da joalharia contemporânea é extrapolado através do cruzamento disciplinar desta com outras formas de arte, nomeadamente em diálogos diversos com a fotografia, a música, o teatro e a performance.
Inauguração 18h às 20h30
Curadoria e organização Brotéria
Horário: Segunda a sábado, das 10h às 18h