Somos um grupo de pessoas que dançam e que se propõe a trabalhar “como uma cooperativa” para produzir uma coreografia com o mesmo nome. Não sabemos bem como funciona uma cooperativa e não produzimos legumes, nem fruta, vinho ou azeite. Mas sabemos que os modos de organização económica e social são transformativos para a construção de um bem comum.
Então o que é que produzimos? A ideia de uma ideia que se move?
Queremos deslocar-nos da verticalidade sem nos tornarmos planos. Partilhar situações de dúvida e decisão, de envolvimento e desprendimento e também o espaço entre as coisas onde o pó se acumula como matéria.
Nascemos na Alemanha, no Brasil e em Portugal, poucos anos depois do fim das ditaduras que os nossos pais e avós viveram. Pensávamos que, por acreditarmos num outro mundo, a repressão tinha acabado, mas não. E agora, vamos manter as conquistas democráticas a dançar?
Criar um corpo de governação partilhada é uma ação paradoxal de insistência e concessão. No entanto, temos a certeza de que o que podemos fazer em conjunto não podemos fazer em separado.
E o que diria uma batata?
Cooperativa é a primeira obra levada a cabo coletivamente por este grupo depois da experiência nos trabalhos Projeto Continuado (Culturgest, 2015) e Companhia (Teatro Maria Matos, 2018), ambos iniciados por João dos Santos Martins. O projeto dá seguimento às dinâmicas de colaboração e pesquisa propostas anteriormente, sustentadas por relações de afeto e labor.
Criação, interpretação e produção executiva Ana Rita Teodoro , Clarissa Sacchelli, Daniel Pizamiglio, Filipe Pereira, João dos Santos Martins, Sabine Macher
Desenho de luz Laura Salerno
Gestão administrativa e financeira Lysandra Domingues | Associação Parasita
Coprodução em residência O Espaço do Tempo, Espaço Parasita, Casa da Dança
Coprodução Teatro do Bairro Alto, Associação Parasita, Circular Festival de Artes Performativas
Apoio Forum Dança
A Associação Parasita é uma estrutura financiada pela República Portuguesa/Direção-Geral das Artes.