Não passa de uma lente que traduz o presente, em que cada um tem a sua visão, a sua noção de verdade, a sua imagem do outro, mas não passa de uma breve noção à medida daquilo que sabemos. “Ser, na sua totalidade, está cheio de coisas feias e magras e comezinhas, e isso nós habitualmente não mostramos, queremos mesmo esconder, empenhamo-nos seriamente nessa empresa. Esconder de nós e sobretudo do outro, da sociedade”, diz. No texto de Ingmar Bergman encontrou essa impossibilidade de ser total, essa dificuldade de suportar a realidade tal como ela deveria ser e essa crueldade da relação com o outro. “Vivemos comandados pelos nossos fantasmas e a nossa realidade não passa disso, de uma projeção”, continua. A partir de um jogo de atores puro e duro, cria um diálogo entre Teatro – aquilo que quer que se veja e o que quer esconder – e Cinema (a cargo de João Canijo) – aquilo que aparenta ser real e o que não passa de uma projeção.
Horários
quinta, 19h; sexta e sábado, 20h; domingo 16h