Amore nasce do desejo de olhar para a história de um ponto de vista mais amplo, explica: “Estamos a atravessar uma altura de grande escuridão, de grandes medos. Medos do outro, agora alimentados ainda mais pela recente pandemia. Parece que nos estamos a esquecer da nossa história e das nossas histórias.” Pensando que já fomos reis e escravos, vencidos e perdedores, colonizadores e colonizados, ricos e pobres, Delbono quer voltar a falar dessa memória e dessa dor e de “pegar na nostalgia poética que Portugal tem: na sua música e no seu canto que exprimem a ‘saudade’, uma palavra e um sentimento que tem a ver com a ‘solidão’, mas também um sentimento de aceitação do passado e fé no futuro”. E resume: “Apesar do momento sombrio e fechado ao outro em que vivemos ou mesmo por causa disso, este é um espetáculo sobre o ‘Amor’ enquanto primazia do sentir e da emoção, força que dá sentido universal à nossa humanidade.”
Desenvolvido em Setúbal, no âmbito da nova plataforma Projetos Clandestinos, o espetáculo integra a companhia de Pippo Delbono e também artistas e técnicos portugueses. Uma sinergia inédita e ditada pelo “desejo mútuo de lidar com a imaginação do outro e com diferentes práticas artísticas”, que será prolongada pelos próximos anos, numa digressão internacional.
Datas e Horários
14 a 18 julho
quarta, sexta e sábado, 21h; quinta, 20h; domingo, 17h30