No bailado simulado de influências Erasmianas com o Quixote, a sabedoria do primeiro toma a forma de Loucura na obra do segundo. A incerteza é o fio condutor de todo o romance de Cervantes. Os nomes, o lugar, a autoria, a constante imprecisão e a mutabilidade de uma leitura que se quer a acompanhar a constante mutação do mundo, questionam a verdade pela sagacidade da imaginação. Criam uma realidade paralela, alternativa da leitura linear e do dogmatismo que sempre preenche o lugar deixado vazio pela ausência de ideias. Diogo Muñoz
A mostra reúne pinturas e desenhos produzidos especialmente para a galeria. Nesses trabalhos, Diogo Muñoz retoma o universo onírico e o ambiente literário que caracterizam a sua produção e mantém-se fiel ao seu estilo, valendo-se de incontáveis referências a ícones história da arte, célebres personagens da literatura mundial, realidade histórica e religiosidade. A narrativa visual é permeada ainda por elementos e figuras – reais e fictícios – do universo circense.
Habitam esse mundo particular e fabuloso criado pelo artista personagens tão distantes no tempo e no espaço como Dom Quixote de La Mancha − e sua doce Dulcineia − e o controverso poeta e escritor Charles Bukowski.
A mostra de Diogo Munõz, que atualmente vive e trabalha em Lisboa, é a quinta exibição realizada pela Cisterna Galeria em 2019 e pode ser visitada até 14 de novembro.
Diogo Muñoz
Diogo Muñoz (1973) é um artista plástico nascido em Lisboa, onde vive e trabalha.
Ao longo dos anos, tem exposto o seu trabalho em países como Portugal, Espanha, Inglaterra, Escócia, Itália, Suíça, Angola, Brasil, EUA, RAE de Macau e China, tanto em exposições individuais quanto coletivas.