Através de um “abstracionismo sentimental”, as imagens e experiências visuais do quotidiano, que, de tão triviais, se tornam invisíveis, são descontextualizadas e repensadas pelo artista através de cores, geometrias e repetições.
No seu trabalho, os estofamentos dos autocarros em que viaja, o papel de parede do seu quarto de infância, embalagens de materiais fotográficos quase obsolescentes ou de pacotes antigos de cigarros ganham uma dimensão abstrata através de exercícios formais e pictóricos.
Engajado num entendimento histórico e técnico sobre a prática, o artista invoca impressões de luz, repetição de padrões e pixelização de imagens para criar ilusões espaciotemporais dentro da pintura, deslocando-a e desafiando a sua autonomia.
Em manifesta determinação, João Marçal persegue um pensamento epistemológico e uma reflexão acerca do lugar que a pintura pode ocupar: as suas possibilidades quase metafísicas, ou a sua potencial existência além da fisicalidade.
Curadoria de Natxo Checa
Horário: Segunda a sábado, das 18h às 22h
3 €