A Fundação INATEL apresenta o primeiro concerto Ciclo Mundos 2021, depois de uma paragem forçada pela pandemia de covid-19, com LUCA ARGEL (Brasil/Portugal), uma proposta musical intercultural, intergeracional e universalista, a ter lugar no Teatro da Trindade INATEL – Lisboa, dia 27 de abril, às 20h00.
LUCA ARGEL | Samba de Guerrilha
Cantor e compositor brasileiro vem para Portugal em 2012. É mestre em Literatura pela Universidade do Porto. Divide o tempo entre os palcos e outros projectos, como trilhas sonoras para dança e cinema, programas de rádio e podcasts dedicados à música brasileira. Tem livros de poesia publicados no Brasil, Espanha e em Portugal. Um deles foi semifinalista do Prêmio Oceanos 2017, considerado um dos prêmios literários mais importantes entre os países de língua portuguesa. Samba de Guerrilha que vai apresentar pela primeira vez ao vivo no Teatro da Trindade é o seu quarto disco. Um álbum conceptual em que o músico radicado no Porto traça a história política do samba, lembrando os “protagonistas esquecidos” da luta contra a escravatura e a ditadura militar e onde presta homenagem aos intérpretes que tentaram fazer frente ao racismo estrutural do país.
“Samba de Guerrilha”, é o mais recente projeto do cantautor carioca, radicado em Portugal há quase 10 anos, e leva-nos através da centenária história do samba, marcado por muita luta, glória e desventuras.
Depois de dois álbuns – “Bandeira” e “Conversa de Fila” – de registo suave, em que Luca Argel nos apresentou com doçura e bom humor a poesia de seus sambas, é chegada a hora de embarcar numa nova viagem.
“Samba de Guerrilha” não se assume apenas como um disco, mas sim uma obra que reúne múltiplas expressões artísticas em si: da música de Luca Argel à narração de Telma Tvon, ilustração de José Feitor e poesia de tantos artistas. É uma samba opera, conceito emprestado da rock opera popularizado por Pete Townshend (The Who).
Para compreender este disco importa também perceber as origens do seu conceito. “Samba de Guerrilha” é um projeto que começou em 2016, e cresceu durante 5 anos até se transformar em disco. Nasceu como um concerto-workshop sobre a história política do samba. Fora dos palcos, este conceito desenvolvido por Luca Argel tomou a forma de artigos escritos, seminários, programas de rádio, até finalmente se efetivar num 4.º álbum do cantautor — e o primeiro de versões.
“Samba de Guerrilha” é uma viagem no tempo, onde conhecemos histórias e personagens do combate ao racismo, à escravidão e às desigualdades. Ouvimos a narrativa em forma de samba, mas um samba que, desta vez, está permanentemente a testar os limites das suas possibilidades musicais, um samba reinventado, eletrificado, nascido a um oceano de distância da tradição.