Quatro artistas que trabalham o desenho, a pintura, a escultura e a instalação como mundos discretos e herméticos, que contêm micro e macrocosmos, ambicionando explorar e refletir a interioridade.
Através do prisma do livro “A poética do espaço”, de Gaston Bachelard, esta exposição junta trabalhos dos artistas Carlos Bunga, Diogo Costa, e a dupla Eduardo Fonseca e Silva e Francisca Valador; trabalhos que funcionam como mundos discretos, que contêm micro- e macrocosmos, e que ambicionam explorar e refletir a relação entre a interioridade e a exterioridade, tanto psíquica como física, criando imagens poéticas bachelardianas, que têm origem no encontro entre a subjetividade e a realidade, entre a intimidade e o mundo.
Carlos Bunga
(Porto, 1976) frequentou a Escola Superior de Arte e Design em Caldas da Rainha, Portugal. Vive e trabalha perto de Barcelona. As suas obras, orientadas para o processo, são criadas em vários formatos: esculturas, pinturas, desenhos, performances, vídeo, e instalações in situ. Embora utilizando frequentemente materiais simples e despretensiosos, o trabalho de Bunga envolve um grau altamente desenvolvido de preocupação estética e delicadeza, bem como uma complexidade conceptual derivada da inter-relação entre fazer e desfazer, entre não fazer e refazer, entre o micro e o macro, entre investigação e conclusão. Ultrapassando a divisão entre escultura e pintura, os trabalhos enganosamente delicados de Bunga caracterizam-se por um estudo intenso da combinação da cor e da materialidade, ao mesmo tempo que enfatizam o aspeto performativo do ato criativo. Destacam-se as suas exposições em: Palacio de Cristal – Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía; Secession, Viena; Whitechapel Gallery; MOCA, Toronto; Centro Internacional das Artes José de Guimarães; MAAT; Fundação Carmona e Costa; MACBA; Pinacoteca de São Paulo; Fundação Serralves; Hammer Museum; e Miami Art Museum. Foi convidado a participar na Bienal de Arquitetura de Chicago (2015), 29a Bienal de São Paulo (2010), Trienal de Arquitetura de Lisboa (2010), 14a Bienal Internazionale di Scultura di Carrara (2010) e Manifesta 5, San Sebastian (2004). Recebeu o Prémio Internacional de Arte em Grand Rapids, Michigan (2013) e foi pré-selecionado para o Prémio Artes Mundi 6, Cardiff (2015). Faz parte de importantes coleções, tais como: MOMA; Fundação Serralves; Hammer Museum; Patricia Phelps de Cisneros Collection; Pinacoteca de São Paulo; Museu Calouste Gulbenkian; e MACBA, entre outros.
Diogo Costa
(1988) Vive na Trafaria e trabalha em Lisboa e Almada. É artista plástico e formador de arte. Licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Ensina desenho e escultura no centro de formação artística Nextart, em Lisboa. Apresenta o seu trabalho artístico em exposições individuais, coletivas e residências artísticas, donde se destacam: Uma Figura Semelhante, exposição apresentada no seu atelier em Almada, premiada pela Câmara Municipal de Almada no concurso Jovens Talentos 2021; Fenomenologias Ultraterrestres, Curadoria: Inês Ferreira-Norman, Compostival / Matéria Cíclica, Peniche; Vir em Favor da Pedra, Curadoria: Ana Rito e Hugo Barata, exposição online, Umbigo Lab; Qual Paisagem, Sá da Costa Galeria, Lisboa; PANORAMA, curadoria: Adelaide Ginga, Le Consulat, Lisboa; Residência Artística na Casa-Animal – Organização: MArt e Musa Paradisíaca. Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços, Eco-Museu-Municipal-do-Seixal, Corroios; A L’Heure Du Dessin, curadoria: Martine Robin, Château de Servières, Marselha, França; I = II, Curadoria: Ana Matos, Galeria das Salgadeiras, Lisboa; Face to face: The Transcendence of Arts in China and beyond, curadoria: António Quaresma, Reitoria UL, Lisboa. Colaborou como pintor cenográfico para peças de teatro, donde se destacam: Se Isto É Um Homem, cenografia: Manuel Graça Dias e Egas José Vieira e O Romance da Raposa, cenografia: António Lagarto, ambas produzidas pela Companhia Teatro de Almada.
www.diogo-costa.net
Eduardo Fonseca e Silva (1993, Lisboa) e Francisca Valador (1993, Lisboa) estudaram pintura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa e trabalham juntos desde 2016, mantendo, no entanto, as suas práticas individuais. Exposições individuais: Subterrâneo, Museu Geológico de Lisboa (2018); Corda Bamba, Ateneu Comercial de Lisboa (2016). Exposições Colectivas: Depois do Banquete, Teatro Thalia, Lisboa (2022); Manta Ray, Matèria, Roma (2021); Dip me in the river, drop me in the water!, Galeria Pedro Cera, Lisboa (2021); Chain Reaction #6: Las Palmas – Apofenia, Culturgest, Porto (2021); A Longa Sombra, Maus Hábitos, Porto (2021); Chain Reaction #6: Las Palmas – Apofenia, Fidelidade Arte, Lisboa (2020); Homework, Galeria Madragoa, Lisboa (2020); CENTRAL ASIA: Presença Brilhante (colaboração com a dupla primeira desordem), Lisboa (2019); No dia seguinte está o agora, CAPC Círculo Sede, Coimbra (2018); The dog is very confused, Galeria FOCO, Lisboa (2018). Outros projetos: Torno, Livraria ZDB, Galeria Zé dos Bois, Lisboa (2021); Ceia, projeto Mais Um, Galeria 3+1 Arte Contemporânea, Lisboa (2019); Sermão, Casa-Animal de Musa Paradisíaca, Lisboa (2017); CEAC residência artística em Vila Nova da Barquinha (2017). Vivem e trabalham em Lisboa.
Eva Oddo (Lisboa, 1980) Curadora. Licenciada em História de Arte e Russo pela Universidade de Glasgow (2005), tem um Mestrado em Culture, Criticism and Curation da Central Saint Martins School of Art and Design em Londres (2014). Fundadora e diretora da galeria A Montanha, Lisboa (Julho 2017 a Março 2020). Curadoria: Por que os peixes saltam por cima da superfície da água?, Oscar Holloway, Museu Geológico, Lisboa, Novembro 2017; Boninas, A.calpi, Museu Geológico, Lisboa, Março 2017; coletiva, A.calpi, Espaço AZ, Lisboa (Abril 2016); ciclo de filmes heist, Rooftop Cinema Graça, Lisboa (Maio-Julho 2015); CUT!, Old Operating Theatre, Londres (Outubro 2014); Eat, Drink, Print, Central Saint Martins, Londres (Abril 2014); fila’n’tropia, galeria Round the Corner, Lisboa (Julho 2012); ZAAT is Agora, Lisboa, parte da iniciativa internacional I Park Art (Maio 2012); Os Culturofagistas, Guimarães Capital da Cultura (Outubro-Dezembro 2011); Alfacinhas, evento inaugural do Centro das Artes Culinárias, Mercado de Santa Clara, Lisboa (Junho 2011); ZAAT Mostra, festival de artes audiovisuais, Lisboa (Outubro 2010); ZAAT Silent Disco, Lisboa (Julho 2010); assistente à curadoria da exposição sobre Tadeusz Kantor no Sainsbury Centre for the Visual Arts, Norwich (2009). Coordenadora de arte do projeto editorial The Football Crónicas, Londres (2014). Textos: Objecto Anamórfico, texto para exposição individual de Hugo Bernardo (Março 2017); Coda, texto para exposição individual de Vasco Futscher (Dezembro 2015); Âbaco, texto para exposição individual de Ana Morgadinho (Outubro/Novembro 2015); Aqui não lanço âncora, texto para exposição individual de Ricardo Pires (Setembro 2015).
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DIOGO COSTA
CARLOS BUNGA
EDUARDO FONSECA E SILVA E FRANCISCA VALADOR
Curadoria de EVA ODDO