O brilhantismo destas realizações foi possível graças à exploração das minas de ouro brasileiras então descobertas. Onde hoje podemos observar melhor a riqueza sumptuária que caracterizou a época de D. João V é nos interiores das igrejas e conventos patrocinadas pelo rei, uma vez que o antigo Paço Real da Ribeira e a sua célebre capela palatina ficaram destruídos com o Terramoto. Em especial as chamadas igrejas de ouro e azul, onde à riqueza dos altares em talha dourada e embutidos de mármore, se associa o brilho dos azuis dos azulejos, como na igreja de S. Roque, na dos Paulistas ou na Madre de Deus.
Nas artes decorativas e no artesanato, o período áureo do séc. XVIII sobrevive também na ourivesaria tradicional, sobretudo na filigrana de ouro, que é uma arte muito característica da joalharia portuguesa e na notável série de moedas de ouro que o rei mandou cunhar, que podemos ver no Museu do Dinheiro.
Ricardo Lucas Branco
Doutorando em História da Arte Moderna pela Universidade Nova de Lisboa, Mestre em História da Arte e Licenciado em Conservação e Restauro pela mesma instituição. Desde 1997, que trabalha em ambas as áreas para entidades como o IPPAR, Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e Câmara Municipal de Lisboa, onde foi co-responsável pela execução do programa de restauro das Igrejas dos Bairros Históricos na Direcção Municipal de Reabilitação Urbana (2003-2006). Foi Coordenador da Licenciatura em Conservação e Restauro e docente do Mestrado de Reabilitação Urbana de Interiores da ESAD – Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (2008-2018). Vem desenvolvendo trabalho como Consultor de Arquitectura em Reabilitação Urbana para diversas entidades públicas e privadas. É igualmente investigador do Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa e tem publicados vários artigos científicos e de divulgação na área do Património e História da Arquitectura.
Ponto de encontro: Em frente à Igreja de S. Roque, às 9h45
Duração: cerca de 2h00
Preço: 18 euros
O roteiro inclui a entrada nos seguintes locais:
Igreja de São Roque
Igreja de Santa Catarina
Museu do Dinheiro
Nota: Esta rota está organizada em 2 partes: a 1a em Lisboa e a 2a em Mafra. Esteja atento à 2a parte, que será lançada em data posterior.
Para fazer a sua reserva, envie por favor um sms para 914227099 com o seu nome, email e data da actividade em que pretende participar. Enviaremos todas as informações por email.
Passeios e Visitas
Igreja de São Roque
Largo Trindade Coelho 1200-470 Lisboa
O Século do Ouro em Lisboa – Parte I
Devido às grandes obras que promoveu no campo da arte e da ciência, D. João V ficou conhecido por “o Magnânimo”. No seu reinado (1707-1750) assistiu-se a um grande aumento das obras apoiadas pela Coroa, através da vinda de Itália de vários arquitectos, pintores e escultores para trabalhar em Lisboa e no Palácio-Convento de Mafra.