Límpido e despojado de sentimentalismos, é um discurso sobre alguns erros dos pais na educação dos filhos. De forma breve, Ginzburg identifica o erro de uma educação baseada na autoridade, como aconteceu na geração em que foi educada, categoria em colapso e à qual não se pode retornar. O texto centra-se sobretudo nos erros que identifica na sua própria geração — os quais, embora passados mais de sessenta anos, serão os mesmos que encontramos na contemporaneidade. Segundo o ensaio, mantemos uma vaga nostalgia pelas «grandes virtudes» mas não as desejamos para os nossos filhos: em casa e nas escolas, o sistema educativo acha-se orientado para o materialismo burguês e a ideia de «sucesso». A isso Ginzburg achou por bem denominar justamente uma excessiva e desordenada preocupação pelas «pequenas virtudes». Nesta sessão, seguimos este diagnóstico e pensamos que contrapesos podem oferecer os educadores — pais e professores — a este cenário.
Com Isabel Campos
Licenciada em Ciências da Comunicação e em Filosofia. Foi bolseira da FCT e é doutoranda em Filosofia na FCSH-UNL com um projeto centrado na obra de Søren Kierkegaard. É investigadora no IEF da Universidade de Coimbra. Durante alguns anos deu aulas de filosofia no ensino secundário, em Lisboa. Nos últimos dois anos tem trabalhado como revisora linguística.