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Teatro
Teatro do Bairro
R. Luz Soriano 63, 1200-246 Lisboa

Morto o cão acabou-se a fúria – A vida de Luiz Pacheco

Luiz Pacheco foi tudo na cultura portuguesa. Um escritor diferenciado, um editor requintado e um selvático polemista. Luiz Pacheco foi o cão, ou seja, a consciência da cultura portuguesa e levantou a voz quando escritores oficiais ou panfletários eram a norma. O percurso de Luiz Pacheco foi uma viagem política, estética e até geográfica de um proscrito, de um exilado interno e de um degenerado.

Que significam hoje todas estas palavras no meio da cultura?

Pode a cultura atual olhar para uma figura tão complexa e autêntica?

Porque é que temos a sensação de que autores como este aconteciam noutros tempos?

Como vive hoje essa sintaxe, o que podemos ter no nosso corpo dessa voz torcida até ao limite?

Cláudio da Silva, o ator da peça a construir, contém em si mesmo todas estas complexidades, esta lucidez física sobre uma época sem ideias fortes. Por outras palavras, Cláudio da Silva será o escritor no seu laboratório, na sua oficina, nas suas peregrinações, na sua busca desesperada por amor e corpos. Homens e mulheres, jovens e velhos. Diz-se que Pacheco gostou de tudo. Estamos certos de que Pacheco seguiu uma poética e seguiu um plano em cada passo que deu. Seguiu a sua fome pela vida e pela pele. Seguiu a sua vitalidade extrema e desesperada. A geografia de Pacheco é a de uma Lisboa que se estende. Só deixou Portugal uma vez na vida mas era um libertino, um comunista e um anarquista. Luiz Pacheco foi a medida da cultura portuguesa durante mais de 50 anos. Luiz Pacheco despiu-se e diz que não precisa de nada, mas precisa de tudo. E é essa atenção o que o caos lhe oferece. De facto, esta vida e este espetáculo são a história de uma queda, de um corpo que é derrotado pelo tempo e pela escrita.

Ideia original e texto: Pablo Fidalgo Lareo; Co-criação: Pablo Fidalgo Lareo, Cláudio da Silva e Carolina Dominguez; Apresentação: Cláudio da Silva; Direção técnica: Bruno Santos; Produção: Carolina Dominguez, Cláudio da Silva e Pablo Fidalgo Lareo; Parcerias: Editora SNOB, Palettentheater Kollektiv, Teatro do Bairro, Teatro Municipal Joaquim Benite e Zdb – Galeria Zé dos Bois; Co-Financiado: República Portuguesa – Cultura / Dgartes – Direção-Geral das Artes

Horário: Quarta e sexta . 21h30
Sábado e domingo . 18h00

Bilhetes à venda em bol.pt