Durante os meses da pandemia, Vasco Barata dedicou-se ao desenho. Confinado às dimensões físicas do seu espaço de trabalho, este processo criativo divaga sobre as formas híbridas que, simbolicamente, nos habitam nos dias de hoje, orgânicas, mutantes, erráticas. Por sua vez, João Pina expõe fotografias tiradas durante a pandemia no Brasil, onde se podem ver os habitantes do Copan, um dos mais emblemáticos edifícios modernistas de São Paulo, desenhado por Óscar Neimeyer, e que alberga cerca de 5 mil inquilinos. Já Luciana Fina mostra um filme realizado durante o primeiro surto pandémico, em que se confronta com a devastação da paisagem natural por especulação imobiliária, numa altura em que a pandemia parecia trazer uma nova esperança de repensar a sistemática agressão aos ecossistemas.
Os trabalhos apresentados nesta exposição, que conta com a curadoria de Emília Tavares, são, assim, um exercício de comunidade, um ato de respirar em comum, face à Vida Nua, conceito da autoria de Giorgio Agamben, um dos mais polémicos filósofos da atualidade.
Curadoria de Emília Tavares
Horário: Terça a domingo, das 10h às 18h