Enquanto assistia a filmes franceses, dobrados em japonês, apaixonou-se por um designer de móveis desempregado que ganhava a vida a trabalhar em filmes de ação, enquanto duplo de um ator famoso. Aqui, o conferencista duplica-se. As palavras desdobram-se. O que está a ser contado transforma-se numa dança, as histórias transformam-se em gestos no espaço. Dobra é uma peça que, de forma subtil, coloca em confrontação a possibilidade de manipulação, desde a tradução até à duplicação, pondo em evidência a possibilidade de falsear tudo o que é realidade. “A dobragem atrai-me como técnica de tradução, mas também como objeto plástico. Considero que dobrar uma voz é um ato político. Contrariamente às legendas, que permitem voltar à origem e fazer a nossa própria interpretação, a dobragem apaga ou desvanece o original. A nova voz substitui a primeira, tomando o poder. A dobragem cria uma nova identidade. Em Dobra, quero trabalhar em dois níveis que se influenciam: o texto e a situação performativa”, escreve Romain Beltrão Teule.
CRIAÇÃO, PERFORMANCE Romain Beltrão Teule LUZ, SOM, ESPAÇO Santiago Rodriguez Tricot ACONSELHAMENTO ARTÍSTICO Miguel Pereira ASSISTENTE DE COREOGRAFIA Bruno Brandolino APOIO À CENOGRAFIA Sara Vieira Marques PRODUÇÃO Le Vertige DIFUSÃO E PRODUÇÃO EXECUTIVA O Rumo do Fumo RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS Conservatório de Coimbra – Linha de Fuga; Forum Dança; Honolulu (Nantes, Fr); L’Armorica (Plouguerneau, Fr); L’échangeur CDCN (Château Thierry, Fr); RAMDAM, un centre d’art (Sainte-Foy-lès-lyons, Fr); Le PAD (Angers, Fr) ; Bonifrates (Coimbra); CAMPUS Paulo Cunha e Silva (Teatro Municipal do Porto) APOIOS DRAC Bretagne (Fr); Festival Temps d’Image Lisboa; Fundação GDA; Fundação Gulbenkian; Mala Voadora AGRADECIMENTOS Catarina Saraiva, Claire Buisson, Flora Detraz
Horário: quinta a sábado, 19h30