Classificação A classificar pela CCE
Espetáculo reagendado. Caso já tenha bilhete e/ou necessite de algum esclarecimento, queira por favor contactar a bilheteira do Teatro pelo telefone 213 257 650 (segunda a sexta, 10h às 18h) ou pelo email bilheteira@teatrosaoluiz.pt
Aquilo que Ouvíamos é uma criação site-specific, pensada para um lugar que não um palco. Levando os espectadores numa viagem por histórias pessoais da relação com a música alternativa dos anos 80 e 90 e o seu consumo, e redescobrindo uma Lisboa e outras cidades onde essas histórias possam ainda ecoar, o Teatro do Vestido estrearia em 2020, não tivesse acontecido uma pandemia. Meses depois, o projeto mantém-se o mesmo, garante o coletivo artístico – “nós é que não temos a certeza de ser os mesmos”, acrescentam.
“‘Um projeto sobre ouvir, fazer, tocar e ‘traficar’ música, e sobre cultura musical alternativa nos anos 80/90. Por exemplo, comprar vinis com parcas mesadas, trocá-los no recreio da escola secundária, comprar cassetes para gravar esses vinis, que assim se multiplicavam, ou comprar cassetes de concertos mesmo raros e mesmo mal gravados mas muito preciosos, ou cassetes gravadas com programas de rádio feitos por nós e para nós. Ou, quando aquilo que ouvíamos era muito daquilo que nós éramos – ou como a música nos conferia uma identidade. Aquilo que ouvíamos leva-nos numa viagem por histórias pessoais de relação com a música e o seu consumo, que criaram e definiram identidades ao longo do tempo que ainda perduram.’
Isto foi o que escrevemos antes de Março de 2020 se precipitar sobre nós. Na altura, fruto de uma muito especial residência no Centro de Criação de Candoso, em Fevereiro de 2020, com a cumplicidade do Centro Cultural Vila Flor, tínhamos na nossa posse o que nos parecia um vibrante material: histórias nossas, uma banda sonora criada pela mais inacreditável super-banda (feita de uma banda, de facto, e de mais dois músicos, todos eles incríveis), fragmentos de movimento (quase coreografias), emoção, memórias (até as de um rapaz de 8 anos, que connosco partilhou a sua história da música e nos deixou a todos sem palavras). E, depois, Março aconteceu. E outros meses se sucederam, muito iguais. E o som ensurdecedor daquela banda sonora, contra a qual arremessávamos as palavras das nossas histórias até ficarmos sem voz, já não estava a tocar perto de nós. Ficou em pause, em pausa, on hold, voltamos já-voltem também.
Aquilo que ouvíamos é o mesmo projecto de antes. Nós é que não temos a certeza de ser os mesmos. Continuamos sem saber onde este projecto irá acontecer – hoje, é ainda um sítio por encontrar. Sabemos que continua a não ser um palco, esse sítio futuro. Por muitas razões, mas principalmente porque queremos estar próximos – uns dos outros e do público. Sabemos, à luz do presente, que esse encontro só pode ter lugar num futuro. Aguardamos esse futuro com ansiedade, esperança e muita expectativa. Guardámos nele um lugar para estas histórias. E vamos tocá-las alto, mesmo alto.”
~ Teatro do Vestido
Datas e Horários
15 a 25 de Junho
local e horário a anunciar