O Bairro do Chiado

Conotado como um dos bairros mais cosmopolitas da cidade, aqui confluem teatros, cafés, livrarias, museus e a Faculdade de Belas-Artes, que marcam fortemente as vivências e ambiências desta zona. Ao longo dos tempos, o Chiado afirmou-se como um território cultural, com destaque para a emergência do Romantismo, no século XIX, e para a expressão do Modernismo e das suas vanguardas, no início do séc. XX. A encosta virada a sul desenvolveu-se, a partir do século XII, com a implantação de conventos. A nova muralha ou cerca fernandina, construída no século XIV, incluiu o bairro na cidade e consolidou o traçado urbano, ordenado por uma “rua direita” com ruas transversais. A reconstrução posterior ao terramoto de 1755 deu-lhe nova dimensão de urbanidade, regularizando o traçado das ruas e monumentalizando fachadas. No século XIX, muitos topónimos originais, relacionados com a natureza e função dos espaços urbanos, com titulares de propriedades e com elementos ligados à natureza, foram substituídos por topónimos associados a figuras marcantes da história nacional. No que diz respeito à tipologia de espaços urbanos, a toponímia do Chiado inclui ruas, travessas, escadinhas, largos e uma praça. Quanto aos nomes atribuídos, predominam os que se relacionam com antropónimos.     

O NOME DO BAIRRO

O nome Chiado, que identifica este bairro de Lisboa, remonta ao século XVII. Os olisipógrafos, que são os especialistas da História de Lisboa, dividem-se quanto à origem e significado desta designação. Para uns, Chiado era o nome, ou a alcunha, de um taberneiro alentejano que tinha um botequim nesta zona boémia da cidade, onde era uma figura popular. Para outros, o topónimo está relacionado com o poeta e dramaturgo António Ribeiro Chiado, a quem Camões se refere com respeito e admiração. Esse poeta, boémio e jocoso, que chegou a professar na Ordem de São Francisco, era uma das figuras conhecidas neste bairro de intelectuais e artistas, onde divulgava os seus autos satíricos. Uma interpretação mais recente, associa o nome Chiado ao ruído ou chiar, provocado pelos transportes na calçada, ao subir e descer as ruas íngremes, nomeadamente a Rua Nova do Almada e a Rua das Portas de Santa Catarina (atual Rua Garrett). 

 

Para conhecer a toponímia e a história a ela associada, propomos um percurso estruturado a partir do Largo do Chiado e da Rua Garrett, começando pela parte ocidental, prosseguindo pela encosta sul, continuando pelo limite oriental e terminando na encosta norte.

 



Jogo de damas, 1927
Abel Manta, Coleção do Museu do Chiado; Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF)

As modistas no Chiado, perto da tabacaria Estrela Polar; 1912; Joshua Benoliel; Arquivo Municipal de Lisboa; cota: JBN001110

Alegoria maçónica à constância e apoio de Deus às causas da Indústria, Comércio e Agricultura, com a participação do empresário e fundador da Cervejaria da Trindade Manuel Moreira Garcia, pintada pelo azulejador Luís Ferreira (Ferreira das Tabuletas) © Centro Nacional de Cultura / Helena Serra

O Bairro do Chiado

Largo do Chiado

Rua Garrett

Praça Luís de Camões

Rua do Alecrim

Rua da Misericórdia

Largo Trindade Coelho

Rua António Maria Cardoso

Travessa dos Teatros

Largo do Picadeiro

Rua dos Duques de Bragança

Rua Paiva de Andrada

Largo de São Carlos

Rua Serpa Pinto

Rua Capelo

Rua Anchieta

Rua Ivens

Rua Vítor Cordon

Calçada de São Francisco

Largo da Academia Nacional de Belas Artes

Rua Nova do Almada

Rua do Carmo

Calçada do Sacramento

Rua do Almirante Pessanha

Largo do Carmo

Calçada do Carmo, Travessa do Carmo

Rua da Condessa, Oliveira ao Carmo, Calçada do Duque

Largo Rafael Bordalo Pinheiro

Travessa da Trindade, Rua da Trindade, Largo da Trindade e Rua Nova da Trindade

Travessa e Escadinhas João de Deus