Por exemplo, a realizadora angolana, que hoje vive em Lisboa, Pocas Pascoal (Maria Esperança Pascoal), no seu primeiro filme longa-metragem, transformou sua história pessoal de exílio num comovente drama. Ela que, aos 16 anos, fugindo da guerra civil em seu país, emigra para Lisboa com sua irmã.
Já o realizador português, José Baharona emigrou para o Brasil nos anos 2010 (época da crise europeia) com o intuito de viver e trabalhar com cinema, lá viveu por algum tempo, e hoje transita entre os dois países; o realizador fez o caminho inverso do protagonista de seu filme, que emigra para Lisboa em busca de melhores condições de vida. Da mesma forma o realizador franco-brasileiro-português Sérgio Tréfaut que vivia em Portugal e migrou para o Brasil e transita com seus filmes entre os 2 países. A exceção, entre os 4 filmes programados no 1o. semestre 2020, é do casal de diretores brasileiros, Coraci Ruiz e Júlio Matos que sempre viveram no Brasil.
PROGRAMAÇÃO do primeiro semestre 2020
Março dia 25 – filme ficcional “Alda e Maria: por aqui tudo bem”(2011)
Duração: 96 min
Realização: Pocas Pascoal (Maria Esperança Pascoal, nasceu em Angola, em 1963 e vive hoje em Lisboa)
Sinopse: No fim do verão de 1980, Alda e Maria, duas irmãs de 16 e 17 anos, chegam a Lisboa para fugir da guerra civil em Angola. Entregues a si próprias, terão de aprender a sobreviver numa cidade estrangeira.
Quando os problemas delas se tornam quase insuperáveis, chega uma terrível notícia. Paradoxalmente, é essa notícia aterradora que lhes dá a força para decidir os seus próprios destinos.
Excepcionalmente em abril, faremos a exibição de um filme que não aborda migração, mas cujo tema é politicamente importante
para Portugal.
Abril dia 22 – filme documentário “As armas e o povo” (1975).
Realização coletiva: Colectivo de Trabalhadores da Actividade Cinematográfica, Duração: 77min.
Sinopse: Este filme retrata os dias 25 de Abril de 1974 e o 1o. de Maio. Mostra o movimento militar e a agitação popular nas ruas, tendentes ao desmantelamento do “aparelho social e político do fascismo”. A história faz-nos recuar ao golpe do 28 de maio de 1926, dando-nos a ver os movimentos que, desde então, contribuíram para que se tornasse possível a Revolução dos Cravos. São ilustrados os primeiros seis dias da Revolução dos Cravos.
Maio dia 20 – Filme documental “Cartas para Angola” (2012)
Duração: 75 min
Realização: Coraci Ruiz e Júlio Matos (jovem casal/diretores brasileiros, vivem em São Paulo)
Países: Angola, Brasil e Portugal.
Sinopse: Brasil e Angola: Duas margens do Atlântico, a mesma língua, um passado colonial em comum e muitas histórias compartilhadas. Pessoas separadas por um oceano trocam correspondências – alguns são amigos de longa data, outros nunca se viram. As narrativas se entrecruzam e falam de fluxos migratórios, saudade, afetos, identidade, pertencimento, guerra, preconceitos, memórias, exílio, distâncias.
Junho dia 17 – filme ficcional “Estive em Lisboa e lembrei de você” (2016).
Duração: 94min
Realização: José Barahona (cineasta português que nasceu em 1969, em Lisboa, vive entre Lisboa e Rio de Janeiro).
Sinopse: O filme aborda a vida de Sérgio, um brasileiro que vê sem a mulher, sem o filho e sem trabalho, não encontrando saída no Brasil decide emigrar para Portugal. Ele chega a Lisboa em busca de oportunidades de trabalho e com esperança de uma vida melhor. Mas o que vai encontrar é algo muito diferente do idealizado. Longe da família e do país nasceu, vai ter de enfrentar a solidão, o desprezo e a estranheza de um povo diferente do seu.
O filme é uma adaptação cinematográfica do romance homónimo do escritor brasileiro Luiz Ruffato. A realização e argumento é de José Barahona.
Julho dia 15 – filme ficcional Viagem a Portugal (2011)
Duração: 75 min
Realizacao: Sérgio Tréfaut (realizador brasileiro/português/francês).
Sinopse: Maria chega no aeroporto de Faro, em Portugal, com um visto de turismo. Entre todos os passageiros, ela é a única a ser detida e interrogada pela polícia. A situação se torna um pesadelo quando a polícia percebe que o homem que a espera é senegalês.
Agosto (férias da Casa do Brasil de Lisboa)
A programação do novo ciclo de 4 filmes está sendo feita pela programadora do Cineclube CBL, Lídia Ars Mello, serão apenas de diretoras mulheres.
Em breve serão divulgados aqui, as datas previstas das exibições são: setembro dia 16; outubro dia 21; novembro dia 18; dezembro dia 16.