Uma floresta assustadora, o diabo, um pobre moleiro e a sua filha, um negócio sinistro e um par de mãos decepadas são os ingredientes deste conto de fadas sombrio, centrado na resiliência e na autoconfiança. Mas o que começa em engano e tristeza, termina em amor e felicidade para sempre, tal como nos contos de fadas, para uma jovem corajosa e o seu belo príncipe.
Uma história emocionante, em que a luz se cruza com a escuridão, e a alegria encontra o desespero. Os temas da emancipação feminina e do triunfo sobre a adversidade ressoam fortemente neste conto macabro, tornando-o simultaneamente intemporal. Este drama, onde está em jogo a conquista da liberdade de agir e de amar, assume um grande e belo paradoxo para a marionetista: tornar-se nas mãos dos “sem mãos”, ao manipular a Manékine.
La Pendue regressa ao FIMFA, depois de ter maravilhado todos com Tria Fata, apresentado no Teatro São Luiz, na edição de 2017. La Manékine, a sua última criação, é um espetáculo poético e terrivelmente atual, marcado pela magia e universo característico da companhia.
La Pendue, uma companhia de teatro, marionetas e metamorfoses delicadas, foi criada em Grenoble em 2003 por Estelle Charlier e Romuald Collinet, antigos alunos da École Supérieure Nationale des Arts de la Marionnette de Charleville-Mézières. A companhia é gerida pela associação Théâtre de l’Homme Ridicule, e construiu a sua oficina e sala de ensaios nas montanhas de Grenoble, onde orienta o seu trabalho em duas direções divergentes, mas complementares: um eixo tradicional, centrado nas marionetas de luva, em que os marionetistas se reapropriam da personagem Polichinelo (Pulcinella), como o espetáculo explosivo Poli Dégaine, apresentado no FIMFA Lx8, e que continua a ser apresentado por todo o mundo, sendo considerado um marco e uma verdadeira revolução, no âmbito dos espetáculos de marionetas de luva; e um eixo contemporâneo, em que recorrem a uma grande diversidade de técnicas (marionetas de fios, de vara, de sombras e outras ainda por inventariar), por exemplo para Tria Fata, apresentado no FIMFA Lx17, com grande sucesso, e para La Manékine, uma reinterpretação burlesca e psicadélica de um conto medieval. A companhia continua as suas digressões internacionais e tem colaborado com parceiros de prestígio, como a marionetista Ilka Schönbein, em que Romuald Collinet foi conselheiro artístico em La vieille et la bête; e o realizador Leos Carax, com quem Estelle Charlier e Romuald Collinet criaram a personagem Annette: o rosto, o crescimento e a magia desta marioneta para o filme com o mesmo nome. Esta incrível aventura artística, que recebeu o prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes e cinco prémios César, entre os quais o de Melhores Efeitos Visuais (com Estelle e Romuald), foi uma enorme inspiração e renovou os meios e perspetivas dos marionetistas de La Pendue.
Técnica Marionetas, máscaras, sombras e projeções Com Estelle Charlier, Martin Kaspar Orkestar Conceção, direção artística, marionetas e máscaras Estelle Charlier Música Martin Kaspar Orkestar Encenação Estelle Charlier, Romuald Collinet Adaptação e textos Romaric Sangars Desenho de luz e direção técnica Anthony Lopez Desenho de som Andi Luchsinger Cenografia e adereços Anthony Lopez, Andi Luchsinger, Estelle Charlier, Martin Kaspar Orkestar, Romuald Collinet, TMG – Atelier décors Figurinos Estelle Charlier, TMG – Atelier de confection de costumes Assistência na coreografia Sarah Charlier Edição vídeo Pavlína Vimmrova Administração Patricia Lecoq Tour manager Thomas Balouet Fotografias Le Monde d’Aurore, Estelle Charlier, Martin Kaspar Orkestar Produção Théâtre de l’Homme Ridicule Coprodução e residências TMG – Grenoble, Espace Aragon à Villard-Bonnot, Le MeTT – Marionnettes en Transmission le Teil, Saint-Martin-d’Hères en Scène, L’heure bleue, ECRP Scène régionale Coprodução Espace Jéliote – Centre National de la Marionnette, Figur i Fossekleiva, Le Train Théâtre – Scène conventionnée d’intérêt national, La Mure Cinéma Théâtre Apoios DRAC Auvergne Rhône Alpes, Région Auvergne Rhône Alpes, Département de l’Isère, Ville de Grenoble, SPEDIDAM – société de perception et de distribution qui gère les droits des artistes interprètes en matière d’enregistrement, de diffusion et de réutilisation des prestations enregistrées Companhia em residência e criação com o apoio de Scène 55 – Scène Conventionnée d’Intérêt national, Festival Mondial des Théâtres de Marionnettes de Charleville-Mézières Outras residências L’Amphi de Pont-de-Claix, L’Odyssée d’Eybens