Ricardo Neves-Neves regressa ao Teatro da Trindade INATEL com a encenação de “A Médica”, um texto de Robert Icke, que estreia no dia 12 de dezembro. O espetáculo, com um elenco de 12 atores, estará em cena na Sala Carmen Dolores até 16 de fevereiro de 2025.
Piedade Lobbo (interpretada por Custódia Gallego) é a personagem central e a médica que dá título ao espetáculo. Judia, exigente com a gramática, exerce um cargo de topo no hospital privado fundado por si, dedicado à área da demência. A médica encontra-se a tratar uma adolescente que está a morrer de sépsis, na sequência de um aborto autoinfligido, e impede um padre católico (interpretado por Pedro Laginha) de lhe dar a extrema unção. Piedade Lobbo é acusada de agressão ao padre, uma gravação chega às redes sociais, tornando-se viral, e o tema provoca petições e debates televisivos.
A médica tem razão em proteger a doente do possível transtorno que a presença do padre poderá desencadear? O padre tem razão em insistir num ritual religioso? Existe forma de resolver este choque entre ciência e religião? “A Médica” traz para palco outros assuntos do dia, como questões de etnia, de género, de orientação sexual.
“À primeira leitura, esta é uma peça muito diferente das que tenho feito. Mas têm um princípio coincidente: tanto este texto como muitas das comédias que tenho feito têm como ponto de partida a Tragédia ou um acontecimento trágico. Isto transforma-se num género de farol de orientação. O resto, vamos construindo ao longo dos ensaios”, afirma o encenador Ricardo Neves-Neves, a propósito da base dramática do texto “A Médica”.
“The Doctor” estreou em 2019, no Almeida Theatre, em Londres, encenado por Robert Icke. Por imposição do autor, também na versão portuguesa nem sempre o género dos atores corresponde ao género das personagens, num aparente conflito entre os pronomes das personagens retratadas em cena e o género dos atores que lhes dão corpo. Esta provocação cria necessariamente um efeito de distanciamento que vai diluindo progressivamente, tornando-se irrelevante no desenvolvimento da ação.
A tradução para português é da responsabilidade de Ana Sampaio, que adaptou os nomes das personagens à realidade portuguesa.
“A Médica” é uma coprodução Teatro da Trindade INATEL, Teatro do Eléctrico, Culturproject, Teatro Nacional São João e Cineteatro Louletanoe estará em cena na Sala Carmen Dolores do Teatro da Trindade INATEL, de 12 de dezembro de 2024 a 16 de fevereiro de 2025, no horário de 4.ª a sábado, às 21h00, e domingo, às 16h30.
O ensaio solidário de “A Médica” acontece no dia 11 de dezembro, às 21h. Os bilhetes têm um custo fixo de 12€ e a receita reverte, na sua totalidade, a favor da Fundação António Aleixo. A Fundação António Aleixo, fundada em 1995, é uma instituição privada, sem fins lucrativos e de utilidade pública, que tem o compromisso de contribuir para o desenvolvimento do concelho de Loulé, através de diversas atividades, destacando-se os projetos de ação social destinados à infância, juventude e terceira idade, as iniciativas de caráter cultural, as atividades editoriais, formativas e de animação e a concessão de bolsas de estudo a estudantes economicamente carenciados.
De Robert Icke
Encenação Ricardo Neves-Neves
Com Adriano Luz, Custódia Gallego, Eduarda Arriaga, Igor Regalla, Inês Castel-Branco, José Leite, Luciana Balby, Maria José Paschoal, Pedro Laginha, Rita Cabaço, Sandra Faleiro, Vera Cruz
Figurinos Rafaela Mapril
Assistente de figurinos Elisabete Guerreiro
Cenografia Fernando Ribeiro
Desenho de luz Cristina Piedade
Desenho de som Frederico Pereira
Assistência de encenação Eliana Lima e José Leite
Coordenação técnica Cristina Piedade
Coordenação de produção / Comunicação e assessoria de imprensa Mafalda Simões
Produção TdE Eliana Lima
Produção Culturproject Nuno Pratas
Coprodução Teatro da Trindade INATEL, Teatro do Eléctrico, Culturproject, Teatro Nacional São João e Cineteatro Louletano
CONVERSA COM O PÚBLICO
5 JAN /Dom. após o espetáculo