Se em Casa Zero (2020) havia uma tentativa de criar espaços internos, ambientes onde se sentar e olhar pela janela, Antipássaro tenta voos para fora, em direção a um(a) outro(a), ainda que às vezes fracassados, com tombos no chão.
Das quedas nascem canções de embalar as ruínas, pequenas belezas enferrujadas sob escombros: vasos quebrados, frutos maduros, estátuas de barro, cinza e metal. São estranhas cantigas de roda em quintais abandonados, minúsculos cacos de pedras preciosas, crus e minimalistas, movidos pela simplicidade, em enxutos versos, acordes e seus ecos, onde pousam e de onde se lançam voz, guitarra e palavra.