A crescente virtualização do mundo e da experiência, no contexto de um certo determinismo tecnológico, tem transformado a nossa perceção dos acontecimentos, fazendo com que nos reconheçamos cada vez mais numa simbiose homem-máquina, com os naturais conflitos de identidade e consequente apreensão relativamente a uma subalternização
daquilo que é próprio do humano. Tal como a política, também a arte requer um entendimento ao longo do tempo. Hoje, assistimos a uma súbita explosão de experiências que decorrem quase em simultâneo. A nossa relação com o tempo alterou-se significativamente e enforma a nossa presença – ou ausência – num mundo de experiência mediada. Os recentes desenvolvimentos no que respeita à chamada Inteligência Artificial vieram acentuar a nossa preocupação de alteração radical das bases que determinam as nossas sociedades, assentes, sobretudo, numa perspetiva humanista. Este Ciclo pretende ser um contributo para o conhecimento e análise destas questões, contando para isso com a participação de investigadores, filósofos, ensaístas, professores universitários e artistas, cuja comprovada especialização e experiência nas diversas áreas temáticas permitirão a abordagem às mesmas numa perspetiva fundamentada.
Temáticas a abordar ao longo do ciclo de pensamento: O nosso futuro trans- e pós-humano | A Inteligência Artificial e a criação artística | O corpo tecnologizado | Cérebro, corpo, mente, inteligência e simulação | O futuro do conhecimento e dos saberes | Identidade, tecnologia, natureza | Um caminho para a utopia ou para a destruição? | O lugar da arte no contexto da sua democratização radical | A inteligência colaborativa | A utopia tecnológica | Tempo, silêncio, contemplação | Arte e ciência | A simbiose homem-máquina.
18 janeiro
Joe Paton
Joseph (Joe) Paton formou-se em biologia pela Tufts University em 2000. Em 2008, recebeu o seu Ph.D. com distinção da Universidade de Columbia em Neurobiologia e Comportamento, e pouco depois ingressou no Programa Champalimaud de Neurociências, onde foi bolseiro de 2008 a 2012. Atualmente é Investigador Principal e Diretor do Champalimaud Programa de Neurociências (CNP) da Fundação Champalimaud (CF) em Lisboa, Portugal. Ex-aluno da Simons Foundation on the Global Brain, um Howard Hughes Medical Institute Académico de Pesquisa Internacional, é detentor de uma bolsa consolidadora do European Conselho de Pesquisa. O seu laboratório concentra-se nos mecanismos neurais e princípios computacionais de aprendizagem, tomada de decisões, seleção de ações e timing. Ao tentar entender como o cérebro combina essas funções para produzir comportamento inteligente, tem-se deslocado cada vez mais para áreas que se sobrepõem à pesquisa moderna em AI. Durante o seu mandato como Diretor do CNP, Paton também liderou o desenvolvimento de um novo centro de Terapêutica Digital na FC, bem como representou a FC como membro do recentemente anunciado Center for Responsible AI.
8 fevereiro
Fátima Vieira
Vice-Reitora para a Cultura da Universidade do Porto e Professora Catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), onde leciona desde 1986. Foi Presidente da Utopian Studies Society / Europe entre 2006 e 2016. Foi galardoada em 2023 com o Lifetime Achievement Award instituído pela Utopian Studies Society / Europe.
7 março
António M. Feijó
É atualmente Presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian. Professor Catedrático do Departamento de Estudos Anglísticos e do Programa em Teoria da Literatura, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi Diretor da Faculdade de Letras, Vice-Reitor e Pró-Reitor da Universidade de Lisboa. Doutorado em Literatura Inglesa e Norte-Americana ( Brown University). É autor de livros e ensaios sobre tópicos de literatura inglesa, norte-americana e portuguesa
4 abril
Leonel Moura
Leonel Moura é um artista pioneiro na aplicação da robótica e da inteligência artificial na arte. Em 2001 criou um primeiro robot capaz de criar pinturas abstratas originais, sem intervenção humana. Em 2010 criou o Robotarium, o primeiro zoo para robots no mundo. Foi nomeado Embaixador Europeu da Criatividade e Inovação.
9 maio
Gonçalo M. Tavares
Escritor e professor universitário. Doutorado pela FMH. Responsável pelo curso “Corpo e Pensamento Contemporâneo”. Como escritor publica desde 2001 e está a ser traduzido em mais de 50 países. Os seus livros receberam vários prémios em Portugal e no estrangeiro. Com Aprender a rezar na Era da Técnica recebeu o Prix du Meuilleur Livre Étranger 2010 (França), prémio atribuído antes a Robert Musil, Orhan Pamuk, John Updike, Philip Roth, Gabriel García Márquez, Salman Rushdie, entre outros.
18 junho
José Bragança de Miranda
Ensaísta e professor universitário. Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, com agregação em «Teoria da Cultura» na mesma Universidade. Atualmente é Professor Catedrático da Universidade Lusófona, investigador do Cicant e colaborador do ICnova (UNL). Tem extensa obra publicada no contexto da cultura e arte. Desempenha desde Dezembro de 2022 as funções de Reitor da Universidade Lusófona.
COORDENAÇÃO Carlos Pimenta CONVIDADOS Joe Paton, António M. Feijó, Maria Filomena Molder, Bragança de Miranda, Leonel Moura, Fátima Vieira, Gonçalo M. Tavares
Entrada livre sujeita à lotação da sala