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Exposições
Igreja de São Roque
Largo Trindade Coelho 1200-470 Lisboa

Andores do período barroco em exposição na Igreja de São Roque em Lisboa

A Igreja de São Roque da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) acolhe até ao dia 21 da janeiro do próximo ano uma exposição de arte barroca portuguesa, pertencente ao acervo do Museu Regional Rainha Dona Leonor de Beja.

Tratam-se de dois andores em prata do século XVIII, obras exemplares da ourivesaria daquele período artístico, e que representam São João Batista e São João Evangelista.

Esta exposição, que proporcionará aos lisboetas a possibilidade de verem estas obras de arte de enorme relevância para a cultura nacional, surgiu na sequência das obras de reabilitação do Museu Rainha Dona Leonor, em Beja, criando-se, assim, a oportunidade destes dois andores poderem ser expostos em Lisboa, em lugar de destaque, num dos mais importantes repositórios da arte portuguesa dos séculos XVII e XVIII: a Igreja de São Roque e o Museu de São Roque.

Importa relembrar que a Igreja de São Roque é guardiã de importantes evocações que se relacionam com estes andores: a Capela de São João Baptista, encomenda de D. João V a Roma; e ourivesaria portuguesa do século XVIII, do importante espólio do Museu de São Roque.

Originalmente, os dois andores são provenientes do Real Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Beja, onde o Museu Rainha Dona Leonor foi instalado no início do século XX, que absorveu parte do espólio.

Os andores eram utilizados em procissões dentro do espaço conventual, pelas duas confrarias monásticas: as “batistas” e as “evangelistas”, grupos rivais dentro da clausura que refletiam, muito provavelmente, animosidades exteriores pré-existentes e inerentes à comunidade alentejana, donde as freiras eram provenientes.

A cidade de Beja e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa estão ligadas por uma figura incontornável: a Rainha Dona Leonor. Filha dos duques de Beja, esposa do rei D. João II e irmã do rei D. Manuel I, foi fundamental na história de Portugal, nomeadamente ao fundar a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa em 1498, projeto de cariz humanista que pretendia atenuar o sofrimento dos mais desfavorecidos.

Assim, graças à colaboração do Museu Rainha Dona Leonor e da Direção Regional de Cultura do Alentejo, estas peças de excecional valor cultural e artístico estão em exposição no centro Lisboa, para um vasto público, português e estrangeiro.