Os fragmentos recuperados na sede do Banco de Portugal nas escavações de 2010-2011, embora bastante obliterados, são fundamentais para a investigação arqueológica e para a descoberta dos dois mil anos de história deste local. Entre os mais de cem mil fragmentos cerâmicos, faunísticos, vítreos, metálicos entre outros, encontraram-se 1110 fragmentos em faiança. No edifício-sede do Banco de Portugal, a presença de faiança restringe-se a um curto leque de pequenos fragmentos, fruto da intervenção arqueológica e da própria dinâmica do local (zonas de despejos domésticos não foram encontradas). Contudo, os vestígios comprovam mais de quinhentos anos de consumo de faiança nacional e internacional, num hábito que se iniciou antes mesmo da construção do Paço Real da Ribeira. No conjunto em exposição, encontram-se várias peças de origem nacional, com maior relevo para as do século XVII e primeira metade do XVIII. Mas nos louceiros da época, não faltavam também as importações quatrocentistas, embora mais raras, ou as peças quinhentistas, de maior aparato, oriundas de Itália (Montelupo ou Ligúria), e de Sevilha ou Valência, em Espanha.
Exposições
Museu do Dinheiro
Largo de São Julião, 1100-150 Lisboa
Do Fragmento à Forma
O Museu do Dinheiro apresenta uma exposição de fragmentos de faianças recuperados nas intervenções arqueológicas efetuadas na recuperação daquele espaço.