Agenda

Música
Galeria Zé dos Bois
R. da Barroca, 59 . 1200-049 Lisboa

The Selva + Quatroconnection

Desde a sua formação em 2016, que Ricardo Jacinto (violoncelo), Nuno Mourão (contrabaixo) e Gonçalo Almeida (bateria) têm testado as possibilidades narrativas que os seus instrumentos podem criar em conjunto. 

The Selva tem-se revelado o nome certo, se os indícios estavam lá no álbum homónimo de 2017 (Clean Feed), a ideia subjacente de mistura confirmou-se nos capítulos seguintes, “Canícula Rosa” (Clean Feed, 2019) e, sobretudo, com “Barbatrama” (Shhpuma, 2021), o álbum em conjunto com Machinefabriek. O entusiasmo nasce pela forma como entrelaçam diferentes géneros, sem a coisa se resumir a uma fórmula ou a uma simples tese de experimentação. A base acústica do projecto permite tentar várias possibilidades, seja por defeito o jazz, por ser o elemento mais presente e, sobretudo, aquele que muitas vezes se assemelha a uma raiz de tudo. Mas daí deriva para muitas coisas, seja laivos de música concreta, de folk, música de câmara contemporânea ou até pós-rock.

Com um quarto álbum em processo de criação (alguns dos novos temas poderão ser ouvidos nesta noite), The Selva, pela essência acústica e volume de produção, podem encaixar no arrume das associações fáceis como uns The Necks portugueses. Sabendo que é fácil ficar preso nas armadilhas das associações, o trio descarta essa possibilidade na própria música. Embora a natureza do imprevisível esteja lá no início de cada composição, a metamorfose dos géneros nos The Selva acontece de modo coordenado, embora sem previsibilidade. A coordenação permite a música respirar e ser respirada, viaja-se sem geografia ou limite para ambições e permite-se que se oiça com a inocência do inesperado: e cada ouvinte encontrará as características que lhe serão mais pessoais ou próximas do seu gosto em cada composição. Ou seja, há uma permanente vontade de inclusão na música dos The Selva. Seis anos a desbastar caminho. AS

Embora a encontremos regularmente em concertos de música improvisada com os mais variados elementos da cena lisboeta, em que a escuta e participação atenta de cada um contribui para um todo dar uma nova forma a cada momento, é no seu projecto a solo Quatroconnection que Carla Santana transforma a sua contemplação do som como frequência, timbre e textura em viagens exploratórias, num continuum de layers gerados através de sintetizadores, objectos e pedais de efeitos.

Na improvisada tem tocado com músicos como Carlos Santos, Abdul Moimême, Ernesto Rodrigues, Mark Lotz, Tom Malmendier, Mariana Dionísio, Guilherme Rodrigues, André Hencleeday, Noel Taylor, Nuno Torres, Paulo Chagas, Pedro Melo Alves, Felice Furioso, Br uno Parrinha, Uygur Vural, entre outros. Gravou álbuns com a Variable Geometry Orchestra, IKB e Isotope Ensemble. Faz parte do colectivo de música improvisada experimental Lantana, com Joana Guerra, Maria do Mar, Maria Radich, Anna Piosik e Helena Espvall. Viaja com a voz e verbo de Rodrigo Brandão, na companhia de Rodrigo Amado, Hernâni Faustino e João Valinho. A solo, entre concertos e criações como Quatroconnection, compõe para teatro e dança.

>> BILHETES