Quando as cidades se transformam em tabuleiros de Monopólio, o que têm a dizer os habitantes que resistem?
“Um coro falado e cantado que levanta vozes contra o ataque desenfreado ao direito à habitação”, apresenta a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, responsável por este projeto que vem na sequência do espetáculo de pendor comunitário, realizado em 2013, Kantata de Algibeira. Uma criação coletiva feita de vidas concretas, com palavras à solta em sotaques diversos, resultado de um trabalho que começou com encontros e conversas à volta das palavras “casa” e “habitação”. O libreto da peça e as explorações musicais alimentam-se das inquietações, reflexões e propostas destas pessoas de idades, meios sociais, culturas e percursos de vida diversos. “Com o cheiro das casas e os barulhos dos bairros lá dentro. Para responder à desfiguração das nossas cidades – gentrificação, especulação imobiliária, turistificação – mas também ao desrespeito por esse direito que emana de uma necessidade humana básica”, descrevem. Esta nova obra polifónica conta com a participação de elementos de todas as idades e ofícios residentes em Lisboa e arredores: “gente que luta, grita, sussurra, resiste, que desarruma as palavras para tentar pôr as ideias na boca e os destinos nas mãos”.
Classificação M/6
TEXTO Regina Guimarães
MÚSICA Pedro Rodrigues e João Caldas
DIREÇÃO Nicolas Brites
RECOLHAS Luiz Rosas
PRODUÇÃO Casa da Achada – Centro Mário Dionísio (CA-CMD) e Catarina Carvalho
INTÉRPRETES E CO-CRIADORES residentes de Lisboa e arredores de diferentes origens, idades e ofícios; pessoas afetadas pela crise da habitação /// Projeto financiado por 192 apoiantes individuais, através de uma campanha de angariação de fundos